A Macaúba visita o AGOSTO DE ROCK 2009

Agosto de rock 2009: o quê é que há, velhinho?

O blog começou com o pé direito, mas é preciso usar o esquerdo pra seguir adiante: por um descuido (alheio), nós perdemos o áudio do evento. Além disso, algumas peripécias pessoais, incluindo aí duas viagens. Mas navegar é preciso e a gente toca o barco: primeiro usando remo, depois motor.

Pra falar do Agosto de Rock, um dos mais tradicionais festivais de rock do Tocantins, é imperioso falar de Cássio Renato Cerqueira, o cara que desenvolve o projeto há seis anos: um recordista, portanto. Na filipeta de divulgação do evento, constam três fileiras de logos de apoio: a maioria dessas parcerias, ele foi buscar à pé, debaixo do sol indecente que os tocantinenses enfrentam nesses dias incandescentes.

Eu me hospedei na casa dele, sem nunca ter visto o cara na vida: já cheguei lavando as louças do café, pra honrar a hospedaria. Lá também estavam os músicos da FRAGOR, que chegaram um dia antes em Miracema, e puderam inclusive assistir à mostra de videoclipes e ao documentário O Mistério do Globo Ocular. Tiveram sorte.

Os IDIOTAS BERRANTES chegaram apenas no dia do evento, pela manhã, depois de dois dias de ônibus: os malucos se despencaram lá de Curitiba pra tocarem num festival em Miracema do Norte, uma cidade com menos de 30.000 habitantes, dissociada da capital principalmente por conta de cinco minutos a dez reais em cima duma barca. Uma barca que se assemelha ao Sarney: não tem mais nenhuma razão palatável pra estar ali.

Nesse ritmo, não chegamos às 100 cabeças. Perderam: até chover, choveu. E houve também o último show da formação mais duradoura dos CRÍTICOS LOUCOS, um rock pesado dos melhores: nem sempre eu conseguia manter a câmera estabilizada enquanto eu chacoalhava a cabeça, feito uma maluca. Felizmente, a câmera do Caio estava num tripé. Caio é a TRADE ROCK: uma iniciativa que, dentre outros insights, registra o rock independente do estado.

O show dos caras foi amputado ao meio por causa da marcação da polícia: o juiz tinha liberado o evento até 3 h, mas a insuspeita chuva de agosto alagou o cronograma. Enquanto o Miracaxi perturba a cidade até o dia raiar, o AGOSTO DE ROCK tem hora cravada pra desligar o som: um evento em área comercial cujo único B.O., em seis anos, foi um pedido do próprio produtor – o sobrinho dele dera em cima da mulher errada*.

Os IDIOTAS BERRATES subiram no palco depois dos CRÍTICOS LOUCOS e, como o fim já estava anunciado, alguns se precipitaram: parte do público voltou pra casa. Os outros músicos, em compensação, ficaram ao pé do palco, empolgando os caras: por mais que, vindo pra cá no pau-de-arara, empolgação seja o sobrenome deles. Mas pior que viver de ônibus, é viver sem bônus.

Eu, por exemplo, fui e voltei de carona: e o AGOSTO DE ROCK foi o dia, em toda a minha vida, que eu mais escutei elogios sobre os meus olhos. Tudo no respeito que rock é rock e micareta é micareta. Houve esta recompensa, dentre outras: eu nem pude conter a gargalhada quando não deu meia-hora de intervalo entre um elogio e outro. Daí, diziam que eu era metida, ou que era só o olho que salvava: tudo bem, eu pedi. E na ressaca do festival, era uma  Macaúba a única mulher dentre 17 roqueiros que participavam dum churrasco.

Eu amo o rock’n’roll.


*dados do Cássio.

PRA CHEGAR AO CAROÇO: http://www.myspace.com/agostoderockfestival